– O que é?
– Diverticulose é a presença de divertículos na parede do cólon, geralmente disgnosticada por exame de colonoscopia realizado por outros motivos. A maioria das pessoas com diverticulose não apresentam sintomas e permanecerão assintomáticas pelo resto da vida.
– Doença diverticular: presença da diverticulose de cólon acompanhada de sintomas como dor abdominal, constipação, inflamação ou sangramento.
– Fisiopatologia:
Esses divertículos são protrusões saculares na parede do cólon, ocorrendo em áreas de fragilidade da parede intestinal onde vasos sangüíneos que irrigam a parede do cólon penetram. Os estudos deduzem que provavelmente ocorre aumento da pressão dentro da luz do cólon predispondo a herniação da parede do cólon formando estas saculações
– Incidência:
A diverticulose afeta homens e mulheres igualmente. A prevalência de diverticulose aumenta com a idade (menos de 20% aos 40 anos e cerca de 60% aos 60 anos) e também o risco de doença diverticular (Diverticulose acompanhado de sintomas).
– Fatores de risco para Doença Diverticular:
Ingestão de carne vermelha em grande quantidade, baixa ingestão de fibra alimentar, ausência de atividade física, obesidade e tabagismo (≥40 maços / ano). Tabagismo e obesidade estão mais relacionados a fatores de risco para diverticulite.
– Sintomas:
Diverticulose: pacientes são assintomáticos
Doença Diverticular:
Diverticulite: inflamação dos divertículos. Os sintomas da diverticulite dependem do grau de inflamação presente e da presença ou não de complicações associadas. O sintoma mais comum é dor no abdome inferior esquerdo. Outros sintomas podem incluir febre, náusea e vômito, constipação, diarréia e sintomas urinários, como dor ou queimação ao urinar ou a necessidade frequente de urinar. É importante o paciente procurar uma unidade de saúde para avaliação e tratamento nestes casos.
Sangramento: O sangramento diverticular ocorre quando uma pequena artéria localizada dentro de um divertículo sofre uma erosão e sangra no cólon. Geralmente o sangramento é indolor e aparece nas fezes com uma coloração marrom ou vermelho vivo. É importante procurar uma unidade de saúde para avaliação médica nestes casos.
Doença diverticular não complicada sintomática – sintomas: dor abdominal e constipação em pacientes com doença diverticular
– Diagnostico:
O diagnóstico da diverticulose é feito pela colonoscopia ou mesmo pela tomografia de abdome quando estes são realizados por outras causas. O diagnóstico da diverticulite é feito, em geral, com tomografia de abdome associado aos sintomas clínicos do paciente. O diagnóstico do sangramento diverticular é feito através de sinais clínicos apresentados pelo paciente (sangue presente nas fezes) associado a colonoscopia que pode identificar e tratar este sangramento.
– Tratamento/Recomendações:
1. Diverticulose – Pacientes com diverticulose que não apresentam sintomas não necessitam de tratamento. No entanto, é recomendado aumentar a quantidade de fibra na dieta, o que pode ajudar a aumentar o volume das fezes e possivelmente impedir o desenvolvimento de novos divertículos, diverticulites ou sangramentos diverticulares. Não é comprovado que a fibra evite essas condições em todos os pacientes, mas pode ajudar a controlar episódios recorrentes em alguns casos.
2. Diverticulite: o tratamento depende de quão severo são os sintomas. Pacientes com dor abdominal sem melhora associado a febre devem procurar uma unidade de saúde para serem avaliados por um médico, Dependendo da gravidade da inflamação diverticular os pacientes são tratados. Se inflamação sem nenhuma complicação, apenas antibioticoterapia pode ser o tratamento. No entanto, se ocorrerem complicações, o paciente pode necessitar de procedimentos invasivos, como drenagem de um abcesso por tomografia ou mesmo cirurgia.
Após a resolução do quadro de diverticulite, em pacientes que nunca fizeram colonoscopia, este exame deve ser solicitado (cerca de 6 a 8 semanas após a resolução do quadro), par que todo o cólon seja avaliado. Além de avaliar a extensão da doença é importante descartar a presença de lesões anormais, como pólipos ou câncer.
3.Sangramento diverticular – na maior parte dos pacientes com sangramento diverticular o sangramento é auto-limitado, ou seja, se resolve por conta própria. No entanto, alguns pacientes podem necessitar de algum tipo de tratamento para interromper o sangramento, o que pode incluir uma colonoscopia, angiografia (tratamento que bloqueia a artéria hemorrágica) ou mesmo cirurgia.
Dra. Lara Meireles de Azeredo Coutinho Machado
CRM: 20692 / RQE: 10050
-Residência médica em Endoscopia Digestiva pelo Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo – HC FMUSP
– Especializada em Endoscopia Oncológica pelo Instituto do Câncer de São Paulo – HC FMUSP
– Mestrado em andamento no Departamento de Gastroenterologia da Universidade de São Paulo HC FMUSP
