fbpx

Helicobacter pylori

O Helicobacter pylori (H.pylori) é uma bactéria Gram-negativa que coloniza a mucosa gástrica (Estômago) dos seres humanos, desencadeando um processo inflamatório agudo (gastrite aguda) e, posteriormente, inflamação crônica, caracterizada como gastrite crônica.

A prevalência da infecção pelo Helicobacter pylori tem inversa relação com a situação socioeconômica da população, ou seja, quanto pior a situação socioeconômica da região / população, maior prevalência da infecção.

Os principais fatores de risco que favorecem a transmissão do Helicobacter pylori são ambientes insalubres, precariedade das condições habitacionais e peridomiciliares, ausência de instalações sanitária básicas e práticas higiênicas inapropriadas.

A infecção pelo Helicobacter pylori pode ser diagnosticada por métodos não invasivos (testes sorológicos, testes respiratórios com 13 C OU 14 C e pesquisa de antígeno fecal) ou por métodos chamados invasivos (biópsias realizadas durante Endoscopia Digestiva Alta). O Helicobacter pylori pode ser identificado pelas biópsias através de dois métodos: Teste da urease (o fragmento da mucosa gástrica é colocado em frasco contendo ureia e vermelho fenol e quando há presença do H. Pylori, ocorre uma mudança da solução de amarela para avermelhada) e o exame histopatológico. As vantagens do exame histopatológico (biópsias) são identificação da bactéria bem como, avaliar o tipo e intensidade da inflamação da mucosa gástrica, presença  ou não de atrofia, metaplasia ou displasia.

O Helicobacter pylori têm sido associado a diversas doenças como a gastrite crônica, úlceras gástricas, úlceras duodenais e principalmente o câncer gástrico (Adenocarcinoma gástrico). Em 1994, o Helicobacter pylori foi considerado pela agência internacional para pesquisa de câncer (IARC) como um carcinógeno do grupo 1, ou seja, definido. O H. Pylori também é associado a um tipo especial de Linfoma, o “Mucosa Associated Lymphoid Tissue tumor” (MALT). O Linfoma MALT, ainda que raro, na maioria dos casos pode ser curado com a erradicação da bactéria.

O tratamento do Helicobacter pylori é realizado com o esquema tríplice padrão – Amoxicilina, Claritromicina e Inibidor de Bomba de Próton – IBP (Omeprazol, Lansoprazol, Pantoprazol ou Esomeprazol) durante 14 dias. O tempo do tratamento foi aumentado como orientação após o IV Consenso Brasileiro de Infecção pelo Helicobacter pylori, onde foi verificado um aumento na taxa de erradicação quando comparado ao tratamento de 7 dias. No caso de falha no tratamento inicial, pode ser iniciado o tratamento tríplice retirando a Claritromicina e acrescentando a Levofloxacina ou terapia quádrupla com Bismuto durante 10-14 dias. Nos pacientes alérgicos a Amoxicilina, pode ser utilizado esquema contendo IBP, Claritromicina e Levofloxacina ou Tetraciclina, Metronidazol e Bismuto.

Dr. Rafael Torres de Melo
CRM:10220 / RQE:8458

 

Referências bibliográficas: Coelho LGV, Marinho JR, Genta R, Ribeiro LT, Passos MCF, Zaterka S, Assumpção PP, Barbosa AJA, Barbuti R, Braga LL, Breyer H, Carvalhaes A, Chinzon D, Cury M,  Domingues G, Jorge JL, Maguilnik I, Marinho FP, Moraes Filho JP, Parente JML, Paula-e-Silva CM, Pedrazzoli Júnior J, Ramos AFP, Seidler H, Spinelli JN, Zir JV. IVth Brazilian Consensus Conference on Helicobacter pylori infection